De um produto editorial podemos afirmar que tivo êxito por diferentes motivos. As vendas são o que antes aparecem na nossa mente. A História da Língua em Banda Desenhada foi impressa 5.000 vezes e há temos que não se pode adquirir numa livraria. Outra forma de medir o sucesso, talvez mais determinante, é quando fragmentos desse produto ficaram na nossa mente. A HLBD reúne centenas de quadrinhos e alguns deles ainda habitam a nossa imaginação, talvez para sempre.
Conseguir habitar as mentes dos leitores requer uma sincronização muito afinada entre as pessoas que têm a ideia, as que a desenvolvem e as que a plasmam gráfica e textualmente. Tudo isto sucedeu com a HLBD.
Some-se a isto que o produto não fazia parte do caminho que desenharam as instituições e elites galegas para a nossa língua, e o efeito criado é ainda mais poderoso. Não era a história de uma língua sem estado, isolada, sem ligações com outras comunidades nacionais. Era e é a história de uma língua que na Galiza não tem Estado, na verdade nem autonomia, mas que em outros aspectos é a língua nacional e serve para tudo o que serve uma língua ocidental. A HLBD convida a lutar polo desenvolvimento social da língua na Galiza mas, ao mesmo tempo, convida a desfrutá-la, não apenas na Galiza mas nos outros cantos do mundo onde é falada. E tudo isto foi em 1992.