Se alguém −é apenas um exemplo− insinuar que os poderes eleitos nem sempre nos representam ou que é preciso dedicar-se a sabotar as instituições, ou confiscar as igrejas para torná-las centros sociais, adota uma atitude subversiva que não encaixa no relato admitido pelos meios de in-comunicação. Nessa atitude rebelde lateja o desacato: para o modelo conservador, com as suas hierarquias e os seus interesses inconfessáveis, mas também para os pensamentos supostamente avançados, que se conformam com pôr remendos a um mundo que deve ser reduzido a cinzas. A politicamente incorreta é pessoa incómoda, pode assumir-se. Se atuar assim, desta maneira selvagem e provocadora, é porque acha um prazer inusitado em meter o dedo no olho a quem enunciar verdades que devem ser aceites e repetidas até a saciedade numa realidade em perpétuo fluxo. Esse prazer, como todos, é dissidente. Ameaça. Procura exercer uma crítica radical contra o poder. Procura algo mais formoso do que o poder: a autenticidade.
Politicamente incorreta
Através das ideiasUma mulher é politicamente incorreta quando diz o que não se espera dela e, ainda mais, quando pronuncia uma verdade não admitida pela opinião pública pelo felizmente acordado no consenso social.
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Título | Politicamente incorreta |
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Subtítulo | Ensaios para um tempo de pressas |
Autora | Teresa Moure |
Género | Ensaio |
Ano de edição | 2014 |
Descrição | 368 páginas, 16,5 x 23,5 cm |
Encadernação | Brochura |
Coleção | Através das Ideias, 3 |
ISBN | 978-84-87305-79-5 |
Desenho de capa | Pancho Lapeña |
Escultura de capa | Nevenka Pavic |