Este livro pretende resgatar muitas realidades subterrâneas, as próprias das ‘nações sem Estado’, que desenham uma Europa muito diferente e revelam uma história premeditadamente oculta. Ao abrigo dessas realidades, o menos que pode afirmar-se é que o leitor tem a oportunidade de acrescentar o seu conhecimento sobre espaços geográficos – falamos, e felizmente, de um atlas – que estão desde há tempo na sua cabeça e, com certeza, descobrirá outros por completo ignorados.
Mas os méritos deste livro não terminam aí. Não se trata apenas de fortalecer conhecimentos. Nestas páginas o leitor terá também a possibilidade de reabrir debates que parecem cada vez mais interessantes e urgentes. Porque a problemática das ‘nações sem Estado’ permite o desenvolvimento de opiniões diversas. Estamos a falar, por exemplo, de realidades naturais? Se é assim, que significado convém atribuir ao último adjetivo (e também, talvez, ao substantivo)? O próprio termo ‘nações sem Estado’, não conduz de maneira delicada a identificar instâncias que estariam teleologicamente incompletas sem a presença da instituição Estado? Em paralelo, e não sem paradoxos, não é a ausência do Estado o que explica a sobrevivência afortunada dessas realidades naturais, ao tempo que dá conta dos fracos mecanismos de defesa que, frente às agressões, têm as populações implicadas?
A leitura do texto deixa nas mãos das pessoas inquietas a resposta a essas e a outras perguntas. O único que, a este respeito, não parece saudável é virar as costas a essas discussões.