Ao longo das suas páginas diz-nos isto é, isto fomos. Dá-nos certezas incómodas sobre o passar do tempo, produto dum dilatado percurso. Os Passos da Procura apresenta-se-nos como um livro bem assentado e tranquilo, idoso, por mor dos muitos anos desde a sua conceção até a sua publicação, um tempo que a própria obra semelhou exigir. Diz o autor que “em horas como esta as casas antigas contêm tal nostalgia que são todas a mesma”, e não deixa de no-lo confirmar ao longo do livro. Através da névoa que nos amostra veremos as lembranças, as suas e também as nossas. Pergunta-nos também, o que será isto? O autor remove por dentro as nossas emoções e vivências, porém mantém-nos no presente olhando ao futuro. Abre as casas velhas de todas nós e convida-nos: “Reunamo-nos […]/ Não é tarde para reentrar na casa / onde a memória do lume permanece”.
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